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O que causa uma certa tristeza pela não lembrança e alegria quando há com quem partilhar é a memória do Gigli. Um pouco de tempo em mecanismos de busca poderá dar aos mais jovens a dimensão deste, ele sim um verdadeiro Tenor. Voz, força interior e dignidade, espírito fraterno e magnitude natural deram a Beniamino Gigli (1890-1957) a difícil condição de suceder (e superar em certos aspectos) o não menos grande Enrico Caruso. É lamentável que uma observação dos que vieram depois dele tenha mostrado, Pavarotti incluso, que nos sobraram apenas figuras menores.
Nestes tempos de banalização que levaram Nessun dorma, de Turandot, até os programas de calouros, talvez valha a pena ouvir esse fragmento para fins comparativos através do link http://www.epdlp.com/opera.php?id=105
E a Casa Verde, onde entra?
A estória foi contada pelo Dr. C. G., de origem tcheca que a ouviu inúmeras vezes de seu pai, imigrante e marceneiro. Este senhor trabalhava numa das pequenas fábricas de móveis que até os anos ’50 ainda existiam no Bairro da Casa Verde, SP e morava proximo dali, no mesmo bairro. No final da jornada de trabalho costumava voltar para casa acompanhado por outro marceneiro, este italiano, filho único e solteirão que vivia com a mãe viúva, possessiva e irascível alguns quarteirões antes dele. Certa tarde, em 1958, ao chegarem a casa do italiano, o amigo e colega assiste a seguinte cena: um considerável numero de idosos estão dentro e fora dela, alguns em prantos. O italiano pergunta o que aconteceu na sua casa e lhe dizem que a sua mãe tinha morrido. Ele olha em volta, e como uma forma de libertação diz: “e vocês estão chorando por essa filha-da-puta? Vocês deveriam ter chorado quando morreu o Gigli!”