A produção de folhastempo representa menos de 0,1 x (-1496825393)% das folhas produzidas pela natureza. Sua colheita (quase sempre unitária) independe da estação do ano e é regida pelo estado de espírito do coletor. As folhastempo estão em extinção desde o aparecimento do modem e da inserção de mensagens subliminares contra a posse de papel o que fez com que toda uma geração ainda jovem abdicasse da posse e leitura de livros. Combater a produção de celulose tornou fashion a desertificação mental.
Para quem não conhece: a folhatempo destina-se a intercalação entre páginas de livros, agendas em papel ou deixadas em caixas de sapato ou presente velhas recheadas de guardados. Como os quipus andinos que guardavam a memória incaica, as folhastempo guardam memórias pessoais determinando com a precisão de um relógio atômico a ocorrência memorável e situando-a no seio da eternidade. Sua velocidade ao “linkar” o momentum é superior a 2000 terabites com a vantagem de dispensar qualquer fonte de alimentação. Efeito colateral/função terapêutica - auxiliar da flexibilização afetivo-emocional.
Sugestão: Passe em um sebo e adquira um livro de tamanho médio, capa dura (se possível), com mais de 350 páginas sobre qualquer assunto (ele não importa para o fim em questão), o mais barato possível. Ofereça-o a um(a) amigo(a), filho(a), sobrinho(a) ou neto(a) explicando tratar-se de uma maquina de produção de folhastempo. Não esqueça de colocar a primeira folhatempo alusiva a data do presente. Se for o único livro na casa do destinatário, proponha deixa-lo sempre na horizontal com um peso em cima. Um tijolo, por exemplo.