![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKjla16EGW2UeTvtzGl9KMl60EK-HzREAm2hf7L1piJFnATyoxlxhQKonWm0-NtjGHN05nsZPaOHRtjnCNklGt_GU9WMYW-2qxgv3NipwXmbdhLBb5dn63p_Y4M3u8BX4T4gni_SSR90U/s400/VcAmanham.jpg)
Enquanto refletia sobre isso fui colhido pelo caso Isabella que tanta comoção causa no momento. A coisa começou com um café num posto da rede Graal. Empunhando a comanda eletrônica estava por aproximar-me do caixa quando ouvi uma conversa entre duas caixas sobre o covarde e selvagem assassinato da menina. Pelo tom de certeza de uma delas, achei que seria interessante ouvir e retardei a passagem, mantendo-me próximo. Em rápida sucessão foram apontados quatro criminosos, a saber, a mãe, o pai, a madrasta e um quarto individuo não identificado, além de ser mencionado o avô, não cheguei a saber se materno ou paterno. Sem grau de culpabilidade definido, todos, sem exceção, tinham matado Isabella, o que me provocou uma imagem mental de um happening infanticída. Depois foi o álbum da UOL sobre o depoimento do pai e da madrasta da vítima onde o numero de fotos da imprensa no local, de si mesma, rivalizava com o de populares irados, e a matéria anexa que registrava os comportamentos desses mesmos populares. Delito à parte, foi a multidão que provocou a lembrança de Verri e Manzoni. O orgulho da mídia que constrói Colonne Infami com estatísticas de audiência, sempre antecipada e independentemente do resultado final das investigações. E o aspecto circense particulariza o crime como exclusividade de seus autores, permitindo que os cidadãos honrados possam continuar a fazer os seus pequenos furtos, serem corruptos, vagabundos, etc. No imaginário popular, o desejo de justiça é substituído pelo axioma pós-moderno “só existe crime se ao menos três emissoras de tv derem cobertura.” Um acanalhamento consentido da parte da oração que diz “...mas livra-nos do Mal. Amém!” Havia lá velhos que talvez dissessem “no meu tempo...” e também office boys, gente de todas as idades.
Justapostas as partes no editor de texto percebi que esse redentorismo vira-latas é inerente a condição humana, ou ao menos a grande parte dela. Independe de idade. É algo como a síndrome do TPS – Técnico Popular da Seleção, dos quais o Brasil tem algumas dezenas de milhões de portadores e para a qual não há vacina. Reformulo a proposta inicial.Talvez se deva permitir aos cibervelhos os seu blogs apenas colocando um pop-up anexo com a seguinte estória antiga: