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um blog de baixas calorias ...e catártico ... onde é permitido fumar
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
terça-feira, 26 de abril de 2016
Chernobyl e eu ...
Nunca estive em Chernobyl mas o Reator nº 4 está em mim.
As noticias chegaram até o Ocidente no terceiro dia do
desastre. Acompanhando-a veio a nuvem radioativa que cobriu a Europa, com maior
ou menor intensidade no quarto dia.
Noticiario do dia: https://www.youtube.com/watch?v=HLL8ZpeGV5s
A primeira imagem mostrada na TV italiana sugeria a
imobilidade mortal nas instalações.
No dia 1º de maio a nuvem já estava sobre o norte da Europa
chegando até Milão onde vivíamos Ruth e eu e
permaneceu até perder força a partir de 5 de maio.
Na sua composição elementos radioativos com atividade
variável entre aproximadamente um dia até períodos de atividade superiores a um
ano foram precipitados e inalados.
As autoridades anunciavam valores que representavam somente
o fator de precipitação. Como de solito, a “boa intenção” era não causar
pânico. Assim foram omitidos os gases radioativos que faziam parte da nuvem e
compunham um fator de impacto 40 vezes maior.
Nós já os respirávamos sem aviso prévio.
No 1º de Maio passei
todo o dia na Piazza del Duomo com uma exposição de fotos do carnaval
brasileiro (minha primeira exposição impressa em Cibachrome) no estande do PCI
que me valeu um agradável comentário do l´Unità. Ruth alternava a passagem pelo
estande com a circulação pela praça em festa.
O segundo dia começou com uma recomendação para que o
consumo de hortifrutigranjeiros fosse evitado e marcado pela sua desaparição
das gôndolas dos supermercados.
Próximo a nossa casa havia um supermercado da rede COOP.
Estava-se no inicio da primavera européia o que trazia uma tranqüilidade temporária
quanto a produtos industrializados de estoques remanescentes. Nossas compras
prioritárias foram arroz integral em grande volume e todos os cogumelos frescos
que ainda restavam nas gôndolas abandonados pelos consumidores em pânico.
Cogumelos são produzidos em ambientes controlados chamados na Itália de “fungaie”.
Também levamos cogumelos secos.
Arroz integral e cogumelos já eram conhecidos como quelantes
de radioatividade desde a bomba de Hiroxima e nós os incorporamos a nossa
dieta.
A situação que vivíamos todos na Europa da nuvem radioativa
era algo como estar na periferia distante de um ataque nuclear. Sabíamos que a
radiação permeava tudo o que fazíamos e também os nossos corpos. E que após a
nuvem desaparecer ela continuaria em nós,
nos solos, nos animais e águas. Ainda
assim não houve pânico nem histeria coletiva. Apenas resignação e consciência histórica.
Da nossa parte, lembramos entre nós Milton Nascimento:
Sei que nada será
como está
Amanhã ou depois de
amanhã
Resistindo na boca da
noite um gosto de sol.
As mulheres foram as primeiras a acusar o dano: muitas
tiveram seus ciclos desestruturados e menstruaram no “terceiro dia da nuvem” .
Só que ele não parava. No décimo dia
ligamos para um amigo artista plástico residente em Orbetello, na Toscana.
Fomos para lá e ele nos cedeu fraternalmente uma planta de cannabis indica que
cultivava em vaso na sua cobertura. Graças ao extrato* preparado aceleradamente
conseguimos normalizar a situação.
Tempo passado, Ruth fazia piada dizendo que
durante o uso do extrato ela tropeçava nos próprios pés.
De um certo modo podíamos nos considerar privilegiados. Estávamos
juntos há nove anos e tínhamos, em nossas andanças de casal sem filhos por
opção, tido oportunidade de praticar sobrevivencialismo.
Nunca falamos sobre isto com amigos fora da Europa e com o tempo,
mesmo entre nós. Só não dava pra esquecer. Só voltou a ser assunto com o diagnóstico
de CA de mama em 2002.
Ruth se foi levada por uma recidiva hepática do CA em 2007.
Ficamos eu e a saudade.
Nesses últimos dias, com a mídia lembrando os 30 anos de
Chernobyl, tenho tido flashbacks daquele tempo. A História teve como fazer as
contas e apesar dos governos, demonstrar a extensão do desastre**. Uma hipótese
da época, estávamos na Guerra Fria, apontava o acidente como a resposta
soviética a um outro “desastre” 2 anos antes em Bhopal, na India, numa planta
industrial da Union Carbide americana.
Há coisas que se deve partilhar antes de morrer sempre repete A.O., uma velha amiga
*Extrato hidroalcoolico de
cannabis indica a 60% (40% Grappa)
quarta-feira, 30 de março de 2016
segunda-feira, 31 de março de 2014
Por favor, leiam a nota de REPUDIO a essa Portaria assinada por:
Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR)Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)
Apoio:
Associação Médica Brasileira Conselho Federal de Medicina
em:
quarta-feira, 19 de março de 2014
Anschluss
A anexação da Crimeia tem todos os elementos do Anschluss de 1938.
E, de novo, o silêncio oficial brasileiro.
cédula usada no plebiscito orquestrado de 1938
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
domingo, 1 de dezembro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
aviso aos navegantes
As bicicletas, como os xamãs, desenvolvem ao longo de suas vidas o duplo mestrado da Espera e do Sonho.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
piccola storia
Dizem
que um idoso curador hopi chamou seus auxiliares momentos antes da sua morte e
lhes disse:
“logo estarei frente a frente com o
Grande Espírito. Sei, por tudo o que vi da Sua presença no mundo que não me
esperam punições nem tampouco prêmios e essa é a beleza deste instante para
todo ser vivo. Deveria estar alegre por cumprir o meu momento de retorno e
juntar a minha pequena centelha a Luz Maior. Aprendi a propiciar a cura e
atenuar a dor alheia quando a cura não era possível. Aprendi a despertar a
esperança nos que não a tinham buscando neles a pequena semente da vida que é
dada a cada um no momento do nascimento. Mas nada disso fiz por inteiro. Dos
Antigos recebi o conhecimento para o meu trabalho. Da Natureza tomei as
plantas, as terras e as pedras para a sua execução. Na necessidade dos outros
encontrei a razão de cada ação. Sempre fui apenas um auxiliar que reunia as
partes e as atava com o fio do serviço. “
Então
falou aquela que estivera sempre na sombra ao seu lado: uma coisa fizeste completa: a pratica constante do teu desejo
de servir. O velho sorriu com um longo brilho de compreensão nos olhos baços e
fechou as pálpebras.
para Cleia & Regis
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Natureza & crise
A Natureza começa a acusar sinais da falta de investimento divino (ótica criacionista). Exemplo disto é a mariposa documentada há 4 dias atrás. Produzida aparentemente com materiais reciclados e projeto minimalista (observe-se a exposição desprotegida da coluna dorsal) o espécime pode, no máximo, aspirar a uma sustentabilidade (tanto efetiva* quanto conceitual) franciscana.
*em vôo.
domingo, 7 de outubro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Com-Queoquê
A presente postagem tem o propósito de atualizar, diante da abundancia e univoca diversidade da matéria-prima adequada ao objetivo, a anacrônica expressão "mostrar com quantos paus se faz uma canoa" à luz do Principio da Incerteza, sugerindo o uso de "mostrar com quê o quê" excluindo-se, aprioristicamente, qualquer alusão a fonética nipônica.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
serviço
Cabe ao pedreiro pensar, a cada manhã,
com que materiais e ferramentas trabalhará o seu dia.
Mesmo os arranha-céus começam
com areia e pedras.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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