terça-feira, 20 de abril de 2010

Dizem que

a História se repete, como comédia e como tragédia (18 Brumario).
Pense qual dessas alternativas vc escolheria.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

USADO sim! Idoso NÃO!

Caminhar faz bem. Parece ser algo fácil de ser feito por qualquer individuo com duas pernas independentemente de sexo, cor, religião ou ideologia. Estou descobrindo que não é. Se você é jovem ou antenado, comprar um tênis de caminhada é apenas questão de entrar em uma loja. Se não é, e alem disso é heterossexual, precisa antes fazer uma pesquisa para saber o que é um tênis masculino. A impressão que fica é a de que os tênis estão mais para hermafroditas do que para unissex. Quando você resolve isso, vem a questão da roupa a ser usada para caminhar: bermudas ou abrigos. Depende da estação do ano. Se for ainda quente, cuidado para não colocar a camiseta para dentro e puxar a cintura acima do umbigo. Isto te colocaria na condição de caminhante senil. As meias devem ser brancas. É um código para informar que você está caminhando como pratica de saúde, quer você a tenha ou esta indo atrás dela. O uso de qualquer outra cor pode gerar nos outros caminhantes formais reações de justa indignação. E se você levar mesmo a serio, a necessidade de reflexão sobre este simples ato de colocar um pé adiante do outro alternadamente pode ocupar um longo tempo. Mais do que você levou para aprender a andar na infância. Meu conselho para os principiantes como eu é de que mesmo sem cumprir a totalidade dos pré-requisitos para a caminhada você comece pelo menos a andar. Ainda assim algumas surpresas ocorrerão. Você descobrirá que as meias devem ser vendidas somente aos pares (veja a imagem acima) o que te dará uma sensação similar a da iluminação búdica e provavelmente mudará os seus hábitos de consumo. No meu caso esta revelação obtida graças a uma etiqueta, fez-me pensar sobre a nova etapa da minha vida que começará dentro de escassos 56 dias: a Terceira Idade de acordo com a convenção que a estabelece diferentemente para paises como o nosso, “em desenvolvimento (leia-se terceiro mundo)” e desenvolvidos. Na verdade essa classificação é excessivamente generalizante. Minha proposta é que a gerontologia estabeleça uma alternativa a condenação por decreto a senilidade. Essa alternativa, constitucionalmente amparada permitiria que o individuo optasse entre a condição de idoso e a de usado. Filhos que somos do Século do Automóvel nossa auto-estima seria reforçada. Quanto a mim, graças a iluminação recebida de uma etiqueta de meias brancas (simbólico, não?) declaro-me USADO a partir desta data rejeitando qualquer identificação como idoso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A moqueca capixaba e o homossexualismo do Pelé


PRINCIPAL SUSPEITO

Não cheguei a conhece-los. Vi-os uma única vez quando fui conversar com o Carlos, no caso duble de pai e sogro, e ocorreram as apresentações. Um casal jovem de argentinos. Ela, a filha, de uma beleza enganosamente frágil que não oculta a sua luminosidade. É tradutora de profissão. Ele, o genro, fez-me lembrar a descrição que G. Guareschi faz em Gente cosi de um de seus personagens: “ ...jovem e magro. Talvez mais jovem do que magro. Talvez mais magro do que jovem. Era também muito tímido ...”. Soube depois que ele é jornalista esportivo.
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II
Tempos depois fui documentar a preparação de uma moqueca capixaba domestica logo autentica feita pela Glaciria, uma capixaba também duble de esposa do Carlos e anjo da guarda dos vizinhos. Uma experiência singular. Comparativamente, aquelas servidas em restaurantes são como os fuscas do final dos anos ‘60 com suas tampas de cofre imitando toscamente as grades dianteiras dos Rolls Royces. É de fazer uma paella sentir-se franciscana. (A receita e as fotos ficam para outra postagem)..
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III
Foi aí que ouvi a história. O jovem jornalista argentino, quando de sua estada aqui, havia feito a revelação de um segredo nacional brasileiro que, naturalmente não era segredo para argentinos bem informados: Pelé é homossexual! Não, não se falava nisso no Brasil por um consenso em relação a figura publica do jogador que é o orgulho do povo brasileiro – interesse nacional, imagem do futebol brasileiro, etc.. Sem dar ouvidos a argumentação contraria do sogro (ele próprio argentino também) e da sogra o jovem e genro ainda aproveitou para lembrar o fato de ser Maradona o maior jogador da história do futebol.
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IV
A reação primária foi rir. A secundária foi de descobrir a origem da “informação”. Como pertencente a geração que deu origem ( por inspiração do KGB) ao boom das teorias conspiratórias para explicar qualquer coisa vejo-me obrigado a aventar algumas hipóteses:
. seria uma manobra para elevar o moral argentino nos dias de crise. Donde sua origem seria a Casa Rosada (ótica política)?
.. seria uma manobra para elevar não apenas o moral argentino ordenada pelo ex-presidente Sr. Kirchner depois que a Presidente, Sra. Kirchner mandou os argentinos (todos) comerem carne de porco para melhorarem a sua performance sexual (ótica sexual)?
... seria uma estória plantada pelo Dieguito para explicar porque só o Ronaldo Fenômeno se espelhou nele, ainda assim como copia imperfeita de modelo de decadência (ótica esportiva)?
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Com a infinidade de hipóteses possíveis vou parando aqui para não somar muitos absurdos a uma jovem afirmação absurda. Meu caro jovem, não será a lógica rasteira dos torcedores fanáticos que perturbará a imagem de respeito e carinho fraterno que muitos de nós, muitos mesmo, brasileiros tem pela Argentina (sem o Maradona, claro). E por admira-la podemos perdoar a irresponsabilidade (no caso de um jornalista argentino) juvenil prolongada.