quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sta. Marta

No final de outubro do ano passado, entrando em um hospital de Uberlândia como acompanhante tive o primeiro contato com Sta. Marta, a irmã de Lázaro e patronessa do dito hospital. Rapidamente, mesmo não sendo religioso, as condições do local indicaram ser ela a correta devoção para os fumantes (postagens “Quão dissemelhante”,out.2007). Minha experiência com esse nome era com uma prima metamorfoseada em maranata pelo casamento, portanto... (sem comentários). Durante estes dias, 22 até hoje, que guardei “silencio de blog” por culpa da Tim – aguardem relato (TimWeb Severina) em breve para fins de autodefesa – fui, após uma via crucis de atendimentos inócuos, conduzido, creio que por essa Santa a quem devem agradar as preces dos fumantes, a uma pessoa que lhe deve o onomástico. Esta senhorita, Marta R., foi de uma paciência nunca menor do que a sua eficiência em seus esforços para devolver-me a espécie humana, hoje entendida como a Web. É verdade que existe uma corrente que advoga pertencer este privilégio aos barbeiros. Acho (experiência própria) que são complementares. A ela, a minha gratidão.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ruth


A Herança

Se há uma coisa para ser lembrada da luta de Ruth contra o câncer é a sua resposta ao Dr. Ademir Abrão, do IPC, no dia do diagnóstico definitivo: “- Não importa se eu vou para o óbito ou a remissão. O que eu quero é que a minha experiência com a doença beneficie outros!”

O Exemplo

Ruth recusou o uso de opiáceos, de uso corrente para reduzir as dores porque não queria ser privada da autoconsciência. A sedação, da qual não voltaria, foi determinada por ela somente na madrugada de 21 de fevereiro e comunicada ao Dr. Frederico Rocha, que a atendia nessa fase, de viva voz.

Abençoada seja a sua memória!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Julio & Salvador

Allende lia Julio César. Natural para um militante socialista de formação humanística e democrática. Esta frase, ele a citou para Regis Debray durante uma entrevista em que era pressionado pelo radicalismo insano e inconseqüente do entrevistador. Saudade da Orianna Fallaci.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Valdemar?

...abro o celular e vejo “numero restrito”. Ainda assim resolvo atender. Tenho um amigo que quando liga da Universidade onde leciona, por sistemas de lá, origina uma chamada desse tipo.

17:44 hs.

Voz feminina, aparentemente jovem: Valdemar?

Respondo: não há ninguém com esse nome.

Ela insiste: eu quero falar com o Valdemar! Quem está falando?

Pergunto: para quem a senhorita ligou?

Resposta: Liguei para o Valdemar! Passa pra ele!

Repito: não há por aqui nenhum Valdemar.

Ela bate o telefone.

Uns quatro minutos depois a situação se repete integralmente, do mesmo numero restrito:

Voz masculina, aparentemente jovem e bem educado: Eu gostaria de falar com o Valdemar!

Informo-o de que não há neste numero nenhum Valdemar e que já havia dito o mesmo à senhorita que ligara antes. Pergunto-lhe para que numero ligou. Ele diz e respondo: o numero é correto, mas a pessoa está errada. Não há nenhum Valdemar.

Ele agradece e desliga.

Mais uns 4 minutos e a jovem liga novamente exigindo sequencialmente:
a) falar com o Valdemar.

Pergunto se é alguma brincadeira. Ela diz que não e
b) exige que eu me identifique.

Digo-lhe que jamais o faria para um “numero restrito”
c) pergunta o que tenho a esconder para não me identificar para ela (sic)

Respondo-lhe que, entre outras coisas, não desejar travar relações com o PCC e congêneres.
d) ela diz que “quem não deve não teme” e após um ruído que sugere um “mostrar a língua”, novamente bate o fone.

A ultima ligação que, curiosamente, foi a única registrada com um “sem numero” foi as 17:44 hs de hoje.

Pena eu não ter um rabino, um confessor ou um guru. Poderia perguntar a eles ao menos porque nem me passou pela cabeça que o nome da pessoa procurada fosse Waldemar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Pessimista, eu?

Rumi foi o fundador da escola sufi dos Derviches Dançarinos e autor, sob forma de conto, da bem conhecida estória d'Os Cegos e o Elefante.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Post Data

As efemérides são tão comemoradas quanto rapidamente esquecidas. Em 27 de janeiro ultimo lembraram-se os 63 anos da libertação de Auschwitz, o símbolo maior da degradação humana. O discurso é sempre o mesmo: para que não volte a acontecer! Como se a humanidade tivesse aprendido! Stalin e seus gulags, o Khmer Rouge, Mi Lai, Hungria em 1956, a Primavera de Praga, as continuadas guerras (étnicas) tribais africanas, Abu Ghraib, Falluja ... . Variam as dimensões. Os genocidas estão mais cuidadosos. Em Auschwitz era um complexo de destruição humana compreendendo dez campos, os mais conhecidos Auschwitz 1, o próprio e Auschwitz 2 – Birkenau. Ali foram mortos em paredões de fuzilamento, metralhados em valas comuns, usados em experiências “científicas”, fornos crematórios e câmaras de gás, 4.000.000 de seres humanos, em sua imensa maioria, judeus. Uma orquestra de prisioneiros era obrigada a tocar durante as execuções. Diz-se que o preço da Liberdade é a eterna vigilância. Lembrem-se de que a cidadania não é fim em si. É um dos atributos da Liberdade. No Brasil, como em outros países de línguas neolatinas costuma-se usar a expressão “cú-do-mundo”. O que muitos não sabem é que este uso da expressão foi criado por um comandante do campo de concentração de Auschwitz, na Segunda Guerra sob a forma de “Anus Mundi” para informar os prisioneiros sobre onde estavam.
Para saber mais:
As efemérides são tão comemoradas quanto rapidamente esquecidas. Em 27 de janeiro ultimo lembraram-se os 63 anos da libertação de Auschwitz, o símbolo maior da degradação humana. O discurso é sempre o mesmo: para que não volte a acontecer! Como se a humanidade tivesse aprendido! Stalin e seus gulags, o Khmer Rouge, Mi Lai, Hungria em 1956, a Primavera de Praga, as continuadas guerras (étnicas) tribais africanas, Abu Ghraib, Falluja ... . Variam as dimensões. Os genocidas estão mais cuidadosos. Em Auschwitz era um complexo de destruição humana compreendendo dez campos, os mais conhecidos Auschwitz 1, o próprio e Auschwitz 2 – Birkenau. Ali foram mortos em paredões de fuzilamento, metralhados em valas comuns, usados em experiências “científicas”, fornos crematórios e câmaras de gás, 4.000.000 de seres humanos, em sua imensa maioria, judeus. Uma orquestra de prisioneiros era obrigada a tocar durante as execuções. Diz-se que o preço da Liberdade é a eterna vigilância. Lembrem-se de que a cidadania não é fim em si. É um dos atributos da Liberdade. No Brasil, como em outros países de línguas neolatinas costuma-se usar a expressão “cú-do-mundo”. O que muitos não sabem é que este uso da expressão foi criado por um comandante do campo de concentração de Auschwitz, na Segunda Guerra sob a forma de “Anus Mundi” para informar os prisioneiros sobre onde estavam.
Para saber mais: http://www.ushmm.org/research/collections/search/ph_catalog.php

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Feliz Ano do Rato!!!


A todas as gentis e pacientes leitoras e leitores, um Feliz Ano Novo Chinês sob a égide do simpático e benéfico Rato!
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Lamen

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Dra. Clara T. Brandão

Dias atrás recebi um repasse de e-mail. O titulo era “Desativado por ser barato. Divulguem.” No corpo da mensagem estava escrito: “Será verdade? Não duvido.”

O texto, com ilustrações era este:
“Pioneira, há mais de três décadas Clara Brandão criou um composto alimentar que revolucionou a nutrição infantil.

A cena foi comovente. O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura. Era manhã da quinta-feira 6. A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de 'multimistura'. Alencar marejou os olhos. Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer. Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio. E o que a pediatra foi pedir ao vice-presidente? Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros. 'O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura', lamenta Clara. Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada. Hoje, ela trabalha no escuro. 'Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo', ironiza a pediatra. Mas ela nem sempre viveu na escuridão. Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 - período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.
Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT. Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados. Sem contar a economia: 'Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca', compara Clara. Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a multimistura é adotada por 15 países. No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins. Clara acredita que enfrenta adversários poderosos . Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble . 'É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industrializada', ataca a pediatra. A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, reconhece que a multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil. 'A multimistura ajudou muito', diz. 'Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno.' ISTO É' procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar. 'O multimistura é um programa que não existe mais', limitou-se a informar a assessoria de imprensa. “

É verdade. Tive a honra de conhecer a Dra. Clara Takaki Brandão em Brasília, em 2005, no prédio da Anvisa II onde ela já amargava o ostracismo oficial num espaçoso gabinete compatível com a sua importância científica, mas só isso. Clara tem um jeito tão natural de fazer com que as pessoas façam as coisas certas que conseguiu introduzir valores nutricionais até no pequeno restaurante próximo dali onde fomos almoçar. Quando manifestei a minha surpresa para a dona do local pela perfeita harmonia entre a cozinha-por-quilo e a alimentação natural ela sorriu e olhando Clara disse: “a culpada é ela.” A Multimistura criada por ela é realmente eficaz e poderia significar a erradicação da desnutrição entre a população de baixa renda. Mas quando é que isto interessou de fato a qualquer governo? Vocês encontrarão na rede “artigos científicos” destinados a desacreditar a proposta e o trabalho dela. Um deles, produzido por três jovens de uma universidade carioca leva a palma da ofensa a inteligência. Ou para agradar o seu orientador ou os orientadores do seu orientador, esmeram-se num discurso que abstrai totalmente os resultados reais obtidos em anos de aplicação da Multimistura. Pior ainda é a abordagem metodológica falsa por ignorar o conceito de minerais-traço, ou oligoelementos ou microminerais. No Brasil, essa matéria médica é de conhecimento geral, ou ao menos deveria ser, desde a publicação da edição brasileira de julho de 1977 das Clinicas Médicas na América do Norte, totalmente dedicado ao assunto. Fazem lembrar a história (real) ocorrida no HC quando um chefe de equipe de ortopedia expulsou um dos seus médicos porque este ousou lembrá-lo de que eles estavam tratando um paciente e não uma radiografia. De acordo com o Dr. Larry Dossey, MD,PhD ( in Healing Words, HarperSanFrancisco, 1993) a oração tem poderes insuspeitados e profundos. Peço-lhes, diante do que lemos acima, que também orem por Clara e para que o seu trabalho possa ser convertido em ações objetivas da parte daqueles que tem a condição de desencadeá-las.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Futebol & Zodíaco

Nestes últimos dias do ano do Porco e na espera do ano do Rato descubro-me perguntando se ele teria sido bom para o Palmeiras. Minha condição de palmeirense é bastante estranha. Recebi-a como herança de família, junto com uma carteira de associado do meu pai do Palestra Italia. E lembro dele e do seu Mario Beni conversando e contando anedotas. Não entendo de futebol. Nunca entendi. Uma prova disso foi o encontro com o Djalma Santos nas Loja Americanas no centrão velho naquele ano de 1963. Estávamos lá o Juca e eu. Ele me dá um cotucão e diz: -“Olha lá o Djalma Santos! Pede um autógrafo pra ele!” Comecei a olhar em volta como um idiota, confesso que procurando um camarada qualquer como uniforme verde do Palmeiras ...e não vi nenhum. Ele insistindo no autógrafo e apontando discretamente um individuo em roupas comuns. “Pede você! Eu nunca vi o cara antes.” E ele com seus problemas de ética de torcedor: “não posso, sou corintiano!” Passamos a seguir o jogador enquanto discutíamos quem queria e quem deveria pedir o tal autógrafo. Vencido pela cobrança em nome da amizade, fui até ele e pedi, em nome do Juca. Tenho até hoje a certeza de que o Djalma Santos deu o autógrafo só pra se ver livre dos dois pentelhos que estavam andando “discretamente” atrás dele dentro da loja cochichando. Espero que o Juca tenha guardado o autógrafo pelo menos em memória do mico que paguei.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

para a história paulista

Primeira década do sec.XX
Lençoes, situada as margens do rio de mesmo nome que nasce na serra dos Agudos e desagua no Tietê. Produção: café-62.500 "saccos annualmente e assucar". Assinalados na foto: 1) primeira escola (alfabetizava em italiano); 2) Hotel "Central", e único; 3) Cinema (mudo) embora as ruas não tivessem ainda iluminação. Ao lado dele ficava a "macchina de beneficiar" algodão. Ramal ferroviário atendido pela E.F. Sorocabana e E.F. Ituana.