terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Futebol & Zodíaco

Nestes últimos dias do ano do Porco e na espera do ano do Rato descubro-me perguntando se ele teria sido bom para o Palmeiras. Minha condição de palmeirense é bastante estranha. Recebi-a como herança de família, junto com uma carteira de associado do meu pai do Palestra Italia. E lembro dele e do seu Mario Beni conversando e contando anedotas. Não entendo de futebol. Nunca entendi. Uma prova disso foi o encontro com o Djalma Santos nas Loja Americanas no centrão velho naquele ano de 1963. Estávamos lá o Juca e eu. Ele me dá um cotucão e diz: -“Olha lá o Djalma Santos! Pede um autógrafo pra ele!” Comecei a olhar em volta como um idiota, confesso que procurando um camarada qualquer como uniforme verde do Palmeiras ...e não vi nenhum. Ele insistindo no autógrafo e apontando discretamente um individuo em roupas comuns. “Pede você! Eu nunca vi o cara antes.” E ele com seus problemas de ética de torcedor: “não posso, sou corintiano!” Passamos a seguir o jogador enquanto discutíamos quem queria e quem deveria pedir o tal autógrafo. Vencido pela cobrança em nome da amizade, fui até ele e pedi, em nome do Juca. Tenho até hoje a certeza de que o Djalma Santos deu o autógrafo só pra se ver livre dos dois pentelhos que estavam andando “discretamente” atrás dele dentro da loja cochichando. Espero que o Juca tenha guardado o autógrafo pelo menos em memória do mico que paguei.