segunda-feira, 5 de abril de 2010

A moqueca capixaba e o homossexualismo do Pelé


PRINCIPAL SUSPEITO

Não cheguei a conhece-los. Vi-os uma única vez quando fui conversar com o Carlos, no caso duble de pai e sogro, e ocorreram as apresentações. Um casal jovem de argentinos. Ela, a filha, de uma beleza enganosamente frágil que não oculta a sua luminosidade. É tradutora de profissão. Ele, o genro, fez-me lembrar a descrição que G. Guareschi faz em Gente cosi de um de seus personagens: “ ...jovem e magro. Talvez mais jovem do que magro. Talvez mais magro do que jovem. Era também muito tímido ...”. Soube depois que ele é jornalista esportivo.
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II
Tempos depois fui documentar a preparação de uma moqueca capixaba domestica logo autentica feita pela Glaciria, uma capixaba também duble de esposa do Carlos e anjo da guarda dos vizinhos. Uma experiência singular. Comparativamente, aquelas servidas em restaurantes são como os fuscas do final dos anos ‘60 com suas tampas de cofre imitando toscamente as grades dianteiras dos Rolls Royces. É de fazer uma paella sentir-se franciscana. (A receita e as fotos ficam para outra postagem)..
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III
Foi aí que ouvi a história. O jovem jornalista argentino, quando de sua estada aqui, havia feito a revelação de um segredo nacional brasileiro que, naturalmente não era segredo para argentinos bem informados: Pelé é homossexual! Não, não se falava nisso no Brasil por um consenso em relação a figura publica do jogador que é o orgulho do povo brasileiro – interesse nacional, imagem do futebol brasileiro, etc.. Sem dar ouvidos a argumentação contraria do sogro (ele próprio argentino também) e da sogra o jovem e genro ainda aproveitou para lembrar o fato de ser Maradona o maior jogador da história do futebol.
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IV
A reação primária foi rir. A secundária foi de descobrir a origem da “informação”. Como pertencente a geração que deu origem ( por inspiração do KGB) ao boom das teorias conspiratórias para explicar qualquer coisa vejo-me obrigado a aventar algumas hipóteses:
. seria uma manobra para elevar o moral argentino nos dias de crise. Donde sua origem seria a Casa Rosada (ótica política)?
.. seria uma manobra para elevar não apenas o moral argentino ordenada pelo ex-presidente Sr. Kirchner depois que a Presidente, Sra. Kirchner mandou os argentinos (todos) comerem carne de porco para melhorarem a sua performance sexual (ótica sexual)?
... seria uma estória plantada pelo Dieguito para explicar porque só o Ronaldo Fenômeno se espelhou nele, ainda assim como copia imperfeita de modelo de decadência (ótica esportiva)?
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Com a infinidade de hipóteses possíveis vou parando aqui para não somar muitos absurdos a uma jovem afirmação absurda. Meu caro jovem, não será a lógica rasteira dos torcedores fanáticos que perturbará a imagem de respeito e carinho fraterno que muitos de nós, muitos mesmo, brasileiros tem pela Argentina (sem o Maradona, claro). E por admira-la podemos perdoar a irresponsabilidade (no caso de um jornalista argentino) juvenil prolongada.