sexta-feira, 7 de março de 2008

Ainda ouço a gargalhada e revejo o brilho nos olhos do Carlito, o falecido arquiteto Carlos Eugenio Salemme, finalizando o enunciado: “Nóis é nóis, o resto é bosta!” Era uma dessas pessoas raras que riem com todas as suas células. Hoje pergunto se essa não deveria ser a divisa do estado espanhol.
Agora são os brasileiros a bola da vez. Houve outros antes e depois serão outros, ad nauseam.
A Espanha, como Estado, parece amar a brutalidade. Até contra os seus. Lembremo-nos da Guerra Civil “Espanhola” que serviu de banquete para testes de equipamento bélico nazi-fascista e tornou a pequena cidade de Guernica num dos ícones do genocídio. Tudo sob as bênçãos do Generalíssimo Franco e da Igreja espanhola. E os longos anos de trevas que a sucederam, em pleno século XX. O califado de Harun-Al-Raaschid foi o único grande momento de universalidade dessa terra. Lamentável. A América ainda tenta cicatrizar as feridas deixadas por Cortés e Pizarro. Chávez e Evo, até mesmo Fidel, são conseqüência dessa colonização brutal e saqueadora. Na Europa, sardos, napolitanos e sicilianos ainda não esqueceram os períodos de ocupação. Talvez o estado espanhol não consiga sobreviver fora da concepção totalitária.