terça-feira, 2 de março de 2010

Discos e estorias


Um programa do Discovery Channel visto há uns dois meses atrás e uma chamada na página da UOL anteontem para um vídeo de circa 43 minutos do mesmo canal, “Evidências de um Disco Voador Nazista”, http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=evidencias-de-um-disco-voador-nazista-04021B316AD4813326/user=yaq680z51683/date=2010-02-25&&list/type=user/codProfile=yaq680z51683/ estão na razão de ser deste post.
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Se fossemos dar credito a todas as teorias conspiratórias veiculadas na mídia seria inevitável uma síndrome de pânico agravada por prisão de ventre (sanitários são um dos principais focos de espionagem). Sempre que se fala em fuga de personagens controvertidos ou malignos, o destino é a Argentina. De Hitler a John Lennon, passando por Elvis Presley, ninguém morreu, estão todos vivos e escondidos lá. Para lembrar isto está a figura do Blue Meanie, o Azul, personagem do filme “Submarino Amarelo” dos Beatles que também teria ido pra lá. Claro que alguns dos nossos ufanistas completam: e no Mato Grosso também.

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Mas a questão dos discos voadores nazistas é outra. Eles existiram. Só que a coisa começa bem antes da ascensão do nazismo. Eu preferiria usar a expressão disco voador alemão ou objeto voador de propulsão eletromagnética exatamente por isso. Mas vamos a história perdida.

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A Alemanha que podemos chamar de A Alemanha de Goethe e Schiller foi não apenas a pátria do Romantismo (Sturm und Drang) mas um grande pólo irradiador das Ciências Naturais, das quais se ocupou o próprio Goethe, para toda a Europa. Na Itália do Risorgimento Simone (Simão) Corleo publica a sua Filosofia Natural (1863) que terá ampla circulação no meio maçônico da época e nela já se trata da eletricidade.

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“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas” dizia Goethe ecoando os Manifestos Rosacruzes.

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As sociedades secretas unindo homens de ciência e cultura tornam-se tão freqüentes como necessárias diante da ameaça de retrocesso civilizatório evidenciado pelo inicio da Revolução Francesa. Se esta trouxe o germem do pensamento democrático ao mundo moderno, a brutalidade da massa descontrolada, o terror político e a banalização do saber que sucederam o triunfo da revolução causavam justa preocupação na mesma comunidade de intelectuais europeus que a haviam recebido inicialmente com simpatia e solidariedade. E enseja o sacrifício de Charlotte Corday. O Homem Natural de Rousseau com a sua negação do intelecto e subordinação às sensações mostra as suas garras. Pode-se compara-la, nos seus primeiros anos, ao governo do Khmer Rouge no Cambodja dos anos 70. Só que em 1789 não existiam tribunais internacionais de direitos humanos.

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Na segunda metade do século XIX a Europa já conseguiu acomodar-se parcialmente ao impacto da revolução industrial iniciada na Inglaterra e desenvolve as suas próprias potencialidades para fazer face a hegemonia britânica. O veiculo elétrico concebido por Ányos Jedlik na Hungria em 1828 (nesse mesmo 1828 D. Pedro I era aclamado na Ilha Terceira como Pedro IV de Portugal e Kaspar Hauser era encontrado nas ruas de Nurenberg) vai chegar as ruas alemãs por volta de 1890.

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Por esse tempo já estava bastante ativo um personagem que, embora parcialmente esquecido, marcou conceitual e materialmente o desenvolvimento científico não apenas do fim do século XIX mas de todo o século XX. Para se ter uma idéia, ele foi o pai indiscutível do conceito “wireless” antecipando em muito os trabalhos de G. Marconi.

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Quando vc ligar o seu notebook numa mesa de bar ou aeroporto lembre-se de dizer “bendito Nikola Tesla” .

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Tesla nasceu na Croácia em 1856 e morreu nos Estados Unidos em 1943. Sua chegada a esse país em 1884, vindo da França onde trabalhara na filial da Continental Edison Company levou-o a empregar-se como assistente de Thomas Alva Edison e embora tenha contribuído para o aperfeiçoamento de vários produtos deste, depois de 2 anos foi trabalhar por conta própria. Seu encontro com George Westinghouse leva-os a enfrentar e vencer Edison na chamada Guerra das Correntes: os primeiros defendiam o uso da Corrente Alternada (AC) e o segundo a Corrente Continua (DC). Um passeio pela web a partir do nome poderá lhes dar a dimensão histórico-tecnológica de Nikola Tesla. Vale a pena ver.

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A passagem do século XIX para o XX foi tanto o momento da busca do domínio do eletromagnetismo como do aparecimento da mecânica quântica. Paralelamente seguem as grandes correntes migratórias em direção as Américas. Fome e alta ciência. A industrialização dos Estados Unidos através de alianças continentais européias, principalmente com a Alemanha (p. ex.: G.E. & A.E.G.), gera uma história secreta que chega até os nossos dias intacta. O objetivo inicial era a quebra da hegemonia britânica.

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Em 1919 Tesla, antecipando como sempre o futuro, projeta um veículo aéreo em forma de “disco” para dois operadores. Se bem que aviões já fizessem parte da história desde 1906 com Santos Dumont, o interessante nesse projeto, alem do design, era a forma de propulsão: eletromagnética.

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A dificuldade que qualquer latino-americano pode ter em avaliar o desenvolvimento cientifico-tecnológico europeu ou americano no período 1870-1930 deve-se a política colonialista vigente desde o descobrimento e que encontrou nas elites econômicas o seu apoio. Basta lembrar que a USP só foi fundada em 1934. Entretanto, em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, a Escola Politécnica de São Paulo demonstrou um grau de suficiência tecnológica que a equiparava, em termos de material bélico, as mais avançadas do seu tempo, chegando a construir um submarino cujo destino só Getulio Vargas sabe.

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Ou seja, as ilhas de pensamento científico avançado sempre existiram e continuarão a existir porque é delas que provem o verdadeiro desenvolvimento.

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Um dos maiores danos causados pela leitura maniqueísta dos Aliados (repetindo os modelos nazi-fascistas que combateram) é a perda de um enorme volume de informações por ocultação ou destruição. É fora de duvida que o maior botim da II Guerra Mundial foi o tecnológico. A Exxon (gasolina sintética alemã) que o diga.

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E só como informação, aviões a pistão suíços voaram durante ela com ... etanol.

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Um outro dado significativo foi a publicação pela revista Mecânica Popular na sua edição em português de uma noticia, lá por volta de 1961, sobre um projeto experimental da Lockheed. Tratava-se de uma grade de alumínio destinada a suportar baterias destinadas a gerar corrente de oposição ao campo magnético da Terra e permitir o seu deslocamento aéreo. O protótipo, segundo o texto (com uma foto) teria conseguido elevar-se até circa 50 cms visto que as baterias conhecidas não agüentavam a demanda de corrente por muito tempo.

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Há muitos anos passados conheci um cientista alemão já idoso que durante as muitas conversas que tivemos relatou a existência dos “discos” e de suas viagens freqüentes no eixo Berlim-Roma onde serviam de conexão com a industria pesada italiana. Ele mesmo havia participado de algumas dessas viagens destinadas a trazer um grande industrial italiano para consultas cientificas em Berlim. Por ter razões efetivas para dar-lhe credito até hoje me pergunto porque o anuncio de minha partida para viver um período na Itália fez com que ele me pedisse para visitar um seu “velho amigo, Ir.: e Fr.” o que fiz sendo muito bem recebido por aquele que em dado momento identificou-se como o companheiro das viagens relatadas. Ambos já se foram deixando um exemplo: mesmo em tempos de guerra com a qual não se concorda cabe ao homem de ciência e cavalheiro produzir com olhos postos no futuro e na humanidade. Mesmo assim preservo as suas identidades por respeito e carinho. Através deles tive acesso a diagramas (que minha formação não permitia compreender adequadamente) de um sistema de propulsão que mesmo sendo avançadíssimo ainda hoje e que é conhecido como levitador Schumann compreendia algo muito mais importante: uma fonte de energia quase ilimitada cuja sigla em português é A.I.N.A.E. – Alterno Indutor com Núcleo Amplificador de Energia. A sua produção para vários aplicativos permitiria a resolução de quase todos os problemas de demanda energética em qualquer ponto do planeta a custo irrisório. Da alimentação de bombas d’água a transporte de superfície, marítimo, eletrificação rural, e tudo o que depende ou possa ser feito com corrente elétrica alternada, até os “discos”. Sem contar os benefícios ambientais. Tesla era um ferrenho antinazista mas a Alemanha, com ou sem Hitler o levou mais a sério do que a sua pátria de adoção.




P.S. : 1. O acima escrito não exclui outras possibilidades de avistamento de ovnis de origens, formas e tecnologias diversas. Aliás, registros dessa natureza em inscrições líticas são bastante comuns.

         2. Esta postagem é dedicada a Dra. Adriana que sabe lembrar oportunamente o ônus do pioneirismo.