Com a crise internacional chegando ao alfabeto depois da economia e do futebol, que antigamente era um jogo destinado a marcar gols ("goals" dizia-se) a Copa 2010 revelou a sua primeira vitima: sem piada, a letra "V".
Como fruto da ainda não terminada* Segunda Guerra Mundial, a letra "V" conheceu seus dias de glória chegando a merecer só para si um dia mundial: o Dia-V (V-Day) ou Dia da Vitória celebrado anualmente em 8 de maio.
Quem não fez, ao menos uma vez em sua vida, o celebre gesto com os dedos indicador e médio abertos formando, a propósito, um vê?
A mudança deve-se a contribuição de Portugal a esse emaranhado de negociatas milionárias que pretende ser a expressão da fraternidade entre os povos através do esporte.
Uma frase criptica do técnico da seleção portuguesa, Carlos Queiroz, coloca-se a partir de agora entre os objetos de reflexão de todos os pensadores deste planeta, tendo superado com ela as obras completas de Ludwig Wittgenstein e Martin Heidegger:
"A vaca, que come a relva, da o couro, de onde vem a bola. Portanto lugar de bola é na relva".
Insuperável como síntese, não foi a única referencia as vacas do hoje bovinamente celebre técnico esportivo.
De conseqüência nota-se a tendência midiática em definir esta Copa, numa nítida puxada-de- saco nos nossos futuros patrões chineses, como a Copa da Vaca, usando para isso o gesto que conheciamos anteriormente como Vitória.
Como um blogueiro velho e cego para a beleza do ludopédio (futebol, esporte bretão, etc) consola-me a clareza do acima citado L. Wittgenstein: "As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo".
*isto fica para uma futura postagem.