domingo, 13 de fevereiro de 2011

Bibi Aisha

 veja a foto original no site da autora:

    Casada contra a vontade aos 16 anos. Um histórico de dois anos de maus tratos que a levou a tentar mais de uma fuga. Após a ultima tentativa, foi retirada de casa a noite e levada a um tribunal talebã. Amparado pela "sentença" do "juiz" o marido, no mesmo local corta-lhe o nariz e as orelhas. Durante alguns dias o sogro percorre o povoado na província de Oruzgan, Afeganistão, exibindo os pedaços sanguinolentos. A jovem é abandonada e acaba recolhida por soldados americanos que a conduzem a um abrigo de mulheres vitimas da violência em Cabul. Seu nome: Bibi Aisha (por ironia, o nome da segunda esposa do Profeta que costuma ser referida como "Mãe dos Crentes").
    A foto dela feita por Jodi Bieber venceu o WPP - World Press Photo 2011. Quem olha o site dela percebe o profundo respeito que marca a sua relação com os fotografados. Isto só aumenta a significação e o mérito da premiação. E mesmo com a chamada canalha ("What happens if we leave Afghanistan") de capa, a revista Time de agosto de 2010 que a estampou teve pelo menos uma quota de utilidade na divulgação da monstruosa "justiça talebã".
    A questão não é puramente ideológica ou religiosa. Antes, no Ocidente, passa-se batido por violências físicas e morais contra a mulher que se não a mutilam fisicamente, a destroem psicologicamente. Na raiz do problema a visão patrimonial (a mulher como propriedade e posse) do macho.
    Tornemo-nos, mulheres e homens, em mujahiddin do Jihad Maior que o próprio Profeta Mohammad definiu como sendo a luta de cada um contra os seus inimigos interiores. A primeira batalha a ser vencida é sempre a da escolha consciente do livre-arbítrio não apenas para si, mas para todos. Qualquer forma de opressão só pode gerar o medo que é uma das antiteses da vida. Não há poder que justifique a perda da alegria. E ela só existe em perfeita Liberdade.

Salaam Aleikun / Shalom Aleichem / Que a Paz esteja com vocês