sábado, 26 de março de 2011

a sandália & o Messias


Eu deveria ter percebido. Apesar da releitura em andamento de Satã em Gorai de I. B. Singer a coisa passou desapercebida no primeiro momento, o desta foto. Quem suporia ver sinais dos céus num posto de gasolina onde se está retido por congestionamento. Depois da lenta subida da serra em Curitiba, uma carreta tombada bloqueava a estrada na serra do Cafezal. Também ninguém disse que o Messias que virá no fim dos tempos (estamos em 2011, calendario maia, etc.) vai anunciar a sua vinda com uma coletiva de imprensa ou pelo twitter.

Talvez tenhamos que nos acostumar a certas mudanças no modelo. Jean-Luc Godard já profetizou isso em “Je vous salue Marie”. No meu caso foi ter conversado com o Valmor, o motorista catarinense de uma carreta com 47 toneladas de madeira de reflorestamento e o dedão do pé direito machucado no dia anterior na estrada. Saindo da churrascaria do posto, dessas de beira de estrada que vendem de comida a chapéus e dvds ele ele estava alegre por ter conseguido comprar um pé de sandália havaiana um numero maior do que usa por causa do curativo no dedão machucado. O argumento usado para convencer a vendedora tem a sua significação simbólica: o pé de sandália remanescente “poderia ser vendido para algum perneta que passasse por lá” (sic).

Caros leitores, a postagem de hoje tem uma dupla finalidade: como utilidade publica, uma característica discutível deste blog, é a de informa-los que existe no planeta Terra um lugar onde um unico pé esquerdo de sandália havaiana pode ser comprado – a churrascaria Rei do Cupim. A segunda é a de convida-los a reflexão e a penitencia porque conseguir comprar meia sandália (nova) havaiana em beira de estrada é mais do que milagre, é sinal da vinda do Messias.