sábado, 22 de setembro de 2007

On the road

Sem a profundidade de Kerouac, ponho os pés na estrada. Talvez um pouco iluminado (uns 2,5w) por seu espírito. Destino sul com múltiplas paradas. O objetivo é trabalho, só ele.
Já houve tempo (há um tempo prá cada coisa, nos adverte o Eclesiastes) em que o objetivo era o autoconhecimento. Hoje, mais prosaico, e igualmente sério, é o pão. O lado gratificante é que o resultado será partilhado.
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Hoje é o aniversário de um amigo muito especial. É, entre outras coisas, o autor de um texto que espero ver completo na Web um dia para demonstrar, inequívocamente, que é possível ir a India sem "viajar na maionese". Pois é, é um autêntico sobrevivente do condicionamento que sofrem os do MSG-Movimento dos Sem Guru quando passam a receber a sua cesta básica mística (paga em US$, claro!). Manteve-se, o texto o demonstra, como observador neutro. Creio que o maior produto indiano de exportação, atualmente sejam os "gurus vivos". Já existe até a expressão aplicada pejorativamente a quem faz parte de ordens iniciáticas tradicionais: "...mas o meu Guru está vivo e os seus não!" Interessante nisso é a confusão estabelecida entre os mestres que legaram uma herança à humanidade (sem jamais se arvorarem em gurus ou mesmo em mestres) e os "iluminados" que vendem pacotes de sabedoria aos seus prosélitos. Engraçado é que a veneração desses "gurus" pode, dependendo dos promotores do evento, ensejar uma experiência de alguns milhares de dólares mas sempre marcada pela característica de "sopa-dos-pobres". Feliz aniversário, Leo! E que a sua "Viagem a India" venha a ser uma continuação dos relatos de Sir Richard Burton nestes tempos pós-modernos.