domingo, 16 de dezembro de 2007

Um de Quatro



As três postagens anteriores tem um nexo e objetivo comum: o questionamento feito por Mariângela na postagem “T 700” sobre o acesso ao conhecimento iniciático e a sua interação com a cultura na acepção antropológica. Antes de responder, sem nenhuma pretensão de fornecer soluções definitivas, creio ser necessária a colocação dos seguintes pontos:
1.toda representação da realidade, por mais estranha que ela seja, pressupõe uma linguagem para ser transmitida.
2. toda linguagem necessita, para a sua compreensão, de um código que é de uso comum entre o transmissor e o receptor.
3. mesmo a via iniciática não é um sistema linear unidirecional (v.g.: mestre -> discípulo); ao contrário, é não-linear e interativa.
4.o primeiro passo para qualquer transmissão é a existência desse código, seja ele um alfabeto, um conjunto de conceitos, uma somatória de experiências comuns, etc.
5.isto passa pela opção do indivíduo quanto ao desejo de compreensão de determinadas manifestações da realidade que atraíram a sua atenção por parecerem não ser, exatamente, aquilo que parecem.

Sobre as postagens anteriores:
.O tamanho da esfera depende da posição do observador.
.A utilidade do muro depende do construtor. No caso do muro levantado pelos Construtores, uma vez que se encontra a pequena porta para o Jardim Interno, percebe-se que a sua função era a de estimular a busca da passagem.
.Os tempos não mudam, assim como a humanidade. Há valores que são eternos e universais; a sua busca, geração após geração, contribui para uma evolução descontinua dos povos. Basta olhar a História dos últimos 2000 anos.