segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Dois de Quatro

A palavra usada para designar aquele que caminha na Senda é “buscador”. O que começa com um desejo de acesso a um conhecimento, torna-se, com o tempo, uma parte integrante da vida do buscador. Esta característica de permanência já o separa dos curiosos. Com o tempo, a ferramenta-mestra da Busca, a percepção torna-se mais aguçada e a interação de dados mais veloz. O indivíduo torna-se, naturalmente, um banco de dados que suporta a ação. Todas as formas de transmissão oral de informações recebidas são “impressas” nele. Raramente registradas por escrito. Essa é a função das iniciações. Ao atingir este ponto, as leituras tornam-se seletivas e as experiências parte da construção pessoal. Pode haver emoção em um aprendizado, mas não euforia. Justo. Aprendizado é responsabilidade para e com o recebido e sempre traz aplicações imediatas desse conhecimento. A euforia, passada, deixa a pergunta: o que eu faço com isto? Mas todo o processo ocorre em um contexto tanto situacional quanto motivador. Se me é permitida uma sugestão, o medievalismo em sua visão histórica é outra grande ferramenta. A Idade Média, para nós ocidentais foi o momento de maior amplitude do pensamento porquê ele ocorria no seio da eternidade, a sombra da faia e da Luz Divina. Não devemos confundir pensamento com tecnologia. O Renascimento deveria ter sido a síntese, mas infelizmente, foi abortado pelo Iluminismo burguês. Seria mais fácil a compreensão da relação onda-partícula para um pensador medieval do que para um iluminista. A esta altura, creio que posso falar em dificuldades por inadequação quanto ao modo de acesso ao conhecimento velado em contraposição a boicote de buscadores. O livro máximo de orientação é a Natureza. A sua observação suave, porem atenta, feita a partir do pressuposto que nos integra como parte dela e através disso, unos com a manifestação imanente da divindade, forma o cenário adequado para a visão da História Humana e consequentemente a história pessoal dos seres. Nada, para a história do ser é descartado. Até memórias de infância podem aflorar e auxiliar diante de um “que-fazer”. Buscar é buscar a Unidade. Como na Oração Final: “Um e um...”